sábado, 19 de abril de 2008

Perdiz neles


Michel Santana

Pelo lado de fora se avista uma casa revestida de madeiras. Dentro do ambiente há um palco no chão da oficina, com uma parede atrás cheia de placas de metais e grades. No local estão estacionados pelos cantos torneiros mecânicos, peças de automóveis, macacos hidráulicos e até mesmo geladeiras. Como não podia faltar, uma arquibancada com capacidade de aproximadamente 120 lugares, feita de madeira e peças diversas de ferro.

Do lado do palanque se observa uma mesa em um canto, cercada de grades que parecem de quintais de casas. Nesse cantinho fica o controle da luz. Bom, esse é o ambiente onde mora José Perdiz, que transformou um só lugar em oficina de automóveis e teatro. O Teatro Oficina Perdiz é um dos símbolos culturais de Brasília, criada desde 1966 e movimentada por peças a partir de 1989. Fica localizada ali na Asa Norte, na quadra 709.


Ao ser questionado pelo Jornalistinha, Perdiz brinca ao dizer porque mantém a oficina. ”Só tenho a oficina mesmo porque tenho um carro”, comenta. Perdiz revela como conseguiu construir a estrutura. “Para construir a arquibancada eu demorei umas cinco horas. Comecei a ajeitá-la um dia era umas 13:30h, e quando deu umas 18:30h ela já estava terminada. Os acessórios depois eu coloquei aos poucos”, disse Perdiz.

Esses dias o teatro viveu uma fase um pouco turbulenta, com a ameaça de fechamento do local. Mas ao que tudo indica, a oficina será preservada, pelo menos foi o que garantiu o Governador do Distrito Federal. “O Oficina do Perdiz é um símbolo cultural, não pode ser fechada. Já consultei o secretário adjunto de Cultura, Ricardo Pires, para trazer uma solução para o local”, afirmou Arruda.

A Oficina Teatro Perdiz ainda não tem alvará da área que ocupa. Inclusive já foi ameaçada no passado, em setembro de 2002, quando chegaram a derrubar uma parede do local. O que levou a Secretaria de Fiscalização do DF à possível derrubada da oficina foi a irregularidade na ocupação e alguns quesitos na segurança.

(Foto 1 - Placa - cedida pelos colegas Arthur Gouveia e Bruno Flores)
Fonte: http://jornalistinha.blogspot.com/2007_05_01_archive.html